A curtíssimo prazo!




 Quanto tempo se perde - perde? Fazendo planos e construindo ilusões. Na maioria  das vezes, nada dá certo e se tem a impressão de ter fracassado. Um casamento que chega ao fim é sempre triste; um casamento, um namoro, uma amizade... Mas dá para pensar de outra maneira: pode não ter dado certo a vida inteira; porém, se durou um ano, cinco, dez anos e os interessados foram felizes enquanto isso, deu certo. Apenas por algum tempo, maior ou menor, mas deu.

 Com a amizade é mais grave: às vezes os interesses mudam a tal ponto que até o assunto acaba, mesmo que o afeto permaneça, e não é marcando um almoço que tudo volta a ser como foi um dia. 
Vamos respeitar os nossos sentimentos mais profundos e reconhecer que as coisas terminam - até mesmo as que foram tão fortes. Com antigo amores, é especialmente difícil, e raros resistem a um encontro casual depois; como diz a música de Chico, é desconcertante rever um grande amor. Se é.

 Então, sem planos a médio ou longo prazo, e sem grandes objetivos de vida - até porque o tempo vai ficando mais curto e planejar o ano de 2013 já chega a ser uma loucura - vamos traçar para nós apenas apenas pequenos - ou mínimos - objetivos. E a curtíssimo prazo. A viagem programada para o Carnaval, por exemplo, deixe em banho-maria. Se acontecer, aconteceu. E, se acontecer, assim que chegar em casa, planeje imediatamente outro evento, qualquer um pelo qual valha a pena torcer para dar certo, esperar, sonhar, almejar. 
De preferência algo possível, tipo mudar de casa; esse, aliás, é ótimo, pois durante meses - ou talvez anos - vai ser aquela delícia de procurar o novo apartamento, que vai custar mais do que o dinheiro que você tem, pois é sempre assim. E bate a dúvida: faz um empréstimo e fica anos se sacrificando para pagar ou continua fiel ao aluguel, viajando três vezes por ano e gastando tudo sem pensar no futuro? Afinal, como todo mundo sabe, é a Deus que ele pertence.